Por João Carlos M. Madail
Economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
[email protected]

A globalização dos negócios e das comunicações avança no cenário mundial e a cada instante se transforma em ritmo acelerado. Os acontecimentos que no passado demoravam dias para serem noticiados em função das distâncias e das dificuldades da comunicação, hoje são mostrados ao vivo pela mídia eletrônica de maneira instantânea. Guerras, como as que estão acontecendo no momento, são virtualmente transmitidas no ato, como cenas de novelas, mas sem qualquer ensaio prévio.

Não há dúvida de que o mundo está cada vez mais tecnológico, mudando hábitos e costumes das pessoas. Percebem-se as transformações no dia a dia onde muitas atividades, que antes eram realizadas "in loco", agora podem ser feitas na palma da nossa mão. Não se vai mais ao banco realizar transações financeiras, ou até mesmo nas lojas ou restaurantes comprar qualquer tipo de produto ou alimento. A praticidade passou a ser normal para quem acompanha a evolução acelerada da tecnologia. Atividades que eram realizadas com deslocamentos, filas de espera, esforços físicos não mais existem para quem acompanha o ritmo do desenvolvimento tecnológico em todos os cantos do mundo.

O que tem contribuído para a mudança do comportamento humano moderno são as novas atividades, denominadas "profissões do futuro" que acompanham o ritmo moderno do desenvolvimento. Existe, hoje, alta demanda por mão de obra específica, preparada para dar sequência a evolução das novas necessidades criadas pelo homem. As décadas de 1980 e 1990 foram o apogeu da tecnologia da informação. Foi nessa época que surgiram os primeiros computadores pessoais, o acesso à internet em larga escala, os games virtuais e, também, as primeiras redes sociais. A partir daí as pessoas passaram a contar com inovações que revolucionaram o universo dos negócios, inicialmente criadas em espaços caseiros restritos. Hoje, os novos profissionais focados no desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras estão sendo preparados em universidades e/ou cursos profissionalizantes privados, devidamente estruturados para atender a demanda cada vez maior de jovens interessados em ingressar no novo ambiente de negócios.

O Município de Pelotas conta com o Tecnosul - Pelotas Parque tecnológico. Criado em 16 de setembro de 2016, trata-se de uma instituição de direito privado de caráter científico, tecnológico e cultural sob regime jurídico de associação civil sem fins econômicos. A principal função dos parques é a atividade de pesquisa, desenvolvimento, planejamento e concepção de novos produtos e serviços e a comercialização. O Tecnosul tem atuação estratégica, estruturado para atender a nova demanda dos negócios com base científica e tecnológica, com o objetivo de criar soluções inovadoras que atendam as novas necessidades do homem moderno e da sociedade. O diferencial do produto gerado pelos parques tecnológicos é a participação de equipes que disponibilizam soluções para serem aplicadas nas empresas.

É claro que o novo mercado de trabalho, já em andamento, ou para os próximos anos, está requerendo jovens empreendedores do ramo tecnológico diferenciados, que se pode denominá-los como "novos profissionais do futuro". E não existe, de fato, um rol elencando exatamente todas as profissões que surgirão, o que vai depender das novas demandas do mercado tecnológico que evolui a cada dia. Estudos da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), realizada em 2021, o Brasil terá, até 2025, uma demanda de 797 mil profissionais de TI. Atualmente, apenas 53 mil pessoas são qualificadas anualmente para trabalhar nessa área. Há, portanto, uma grande lacuna a ser preenchida por jovens interessados em atuar nesse ramo.